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CBF apresenta Relatório Operacional da Comissão Médica Especial

Reunião aconteceu na manhã desta quarta-feira (10)

Na manhã desta quarta-feira (10), a CBF apresentou o Relatório Operacional da Comissão Médica Especial (clique para ver a íntegra do documento). O Secretário-Geral Walter Feldman mediou uma videoconferência que exibiu os resultados do protocolo sanitário implementado pela CBF ao longo da retomada das competições da temporada 2020, que evidenciam a segurança que a entidade tem para manter a realização dos jogos de futebol no país.

Na mesa virtual, Walter Feldman foi acompanhado por: Jorge Roberto Pagura, Presidente da Comissão Nacional de Médicos de Futebol; Clóvis Arns, infectologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia; Carlos Starling, infectologista e epidemiologista, Diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e Consultor Científico da Sociedade Brasileira de Infectologia e membro do Comitê Assessor da Prefeitura de Belo Horizonte para gestão da Pandemia de Covid-19; Bráulio Couto, Epidemiologista, Doutor em Bioinformática e Professor do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH; e Roberto Nishimura, Médico do Esporte e Coordenador Operacional da Comissão Médica Especial da CBF.

O trabalho da CBF com o protocolo sanitário para a Covid-19 começou em março de 2020, assim que as competições do futebol brasileiro foram paralisadas. Foram cerca de quatro meses sem jogos de futebol, com a realização de seminários com infectologistas, pesquisadores das universidades e 142 médicos de clubes, além dos médicos das seleções principais adulta e base. O resultado dessa intensa troca de experiências foi a publicação do Guia Médico de Sugestões Protetivas para Retorno às Atividades do Futebol Brasileiro, em junho de 2020, e, posteriormente, a elaboração da Diretriz Técnica Operacional para o Retorno do Futebol.

Com constante estudo e atualização das evidências científicas, a Comissão Médica Especial da CBF trabalhou pela coordenação e execução das medidas protetivas preconizadas no Guia Médico, com a gestão dos resultados dos testes RT-PCR obrigatórios antes de cada partida, em reuniões científicas semanais com o comitê científico, composto por infectologistas e epidemiologistas. 

A Diretriz Técnica Operacional foi um documento gerado a partir de alguns pilares estabelecidos pelo protocolo médico, como: a realização de inquéritos epidemiológicos e testes RT-PCR; a avaliação clínica diária pelo médico do clube; testes RT-PCR em indivíduos assintomáticos em média a cada 3 dias; testes na equipe de arbitragem; afastamento dos casos positivos, com isolamento respiratório mínimo de 10 dias a contar da data da coleta do exame RT-PCR e liberação do atleta através do envio de laudo médico para análise da Comissão Médica Especial da CBF; retorno de jogadores com casos positivos após monitoramento do médico do clube através do inquérito epidemiológico; controle da área sensível dos estádios e arenas; além de campanhas de conscientização e seminários com atletas e comissões técnicas dos clubes para reforçar as medidas protetivas

Os dados apresentados pela CBF configuram o maior estudo sobre a realização do futebol durante a pandemia de Covid-19 em todo o mundo. No total, foram realizadas mais de 89 mil testes, com o monitoramento de 13.237 atletas entre todas as competições. A taxa de testes com resultados positivos foi de 2,2%. O acompanhamento dos jogadores também contou com a análise de 116.959 inquéritos epidemiológicos e 4.860 planilhas de jogos.

No relatório, foi apresentado um gráfico comparando a taxa de transmissão comunitária da Covid-19 no país e dentro do futebol. Com base nos dados apresentados pelo estudo, a Comissão Médica Especial da CBF também pôde concluir que não há evidência de contaminação cruzada em campo, a partir da observação dos resultados dos testes PCR nos dias seguintes dos times que tiveram três ou mais jogadores afastados de um jogo por resultados positivos para a Covid-19.

A CBF também anunciou atualizações no protocolo sanitário para a temporada de 2021, como: teste RT-PCR em média 72 horas antes de cada partida para atletas e extensivo à comissão técnica no campo de jogo; teste RT-PCR após 72 horas do retorno da delegação nas rodadas como visitante, se o intervalo para a partida seguinte exceder cinco dias; notificação compulsória dos casos positivos à Comissão Médica Especial da CBF – obrigatória para análise de liberação do isolamento respiratório; rastreamento epidemiológico em viagens aéreas, hospedagens e relações de contatos próximos.

Os números apresentados pelo Relatório Operacional da Comissão Médica Especial serão enviados para autoridades de todo o país, para contribuir ainda mais com o combate ao coronavírus. Para concluir, o Secretário-Geral Walter Feldman garantiu que o relatório segue o consenso apresentado por clubes e federações em reuniões recentes com a CBF. A entidade, como representante da comunidade do futebol brasileiro, mantém conversas constantes com clubes, federações e autoridades públicas para seguir atualizando os protocolos e garantir a maior segurança possível para a realização do futebol no país.

“Esse protocolo, de forma ativa, faz a pesquisa do PCR nos atletas assintomáticos antes dos jogos. Um jogador que jogou 38 partidas na Série A ou na Série B foi submetido 38 vezes ao exame de PCR. É um exame até um pouco desconfortável, os jogadores e os clubes assinaram que estavam de acordo para ter a segurança do atleta e a segurança da comunidade. E só graças a esse protocolo que nós podemos hoje compartilhar que foi tão seguro realizar a temporada 2020. Agora, nós estamos preocupados também com o entorno, com o que acontece fora do campo, nas viagens, nas concentrações, nas academias dos clubes para tornar tudo ainda mais seguro aos atletas, com essas medidas que nós estamos acrescentando. Estamos otimizando o protocolo 2020 para fora do campo, porque dentro do campo nós conseguimos mostrar que é muito seguro ter futebol baseado nesse protocolo. No futebol, está sendo feito algo que nenhuma outra atividade econômica fez, que é a busca ativa dos atletas assintomáticos fazendo PCR no máximo 3 dias antes das partidas”, concluiu Clóvis Arns.


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